agosto 24, 2011

Açúcar é veneno.

 
PATRÍCIA CAMPOS MELLO
DE SÃO PAULO
Açúcar é veneno. Do mais natureba, o mascavo, até o suco de fruta ou o famigerado xarope de milho, o açúcar está por trás de doenças cardíacas, diabetes e câncer. E deveria ser proibido para menores de 21 anos, como o álcool e o cigarro.
É com essas declarações polêmicas que o americano Robert Lustig, endocrinologista pediátrico da Universidade da Califórnia em San Francisco, ganhou fama internacional nos últimos anos.
 
O endocrinologista pediátrico Robert Lustig afirma que açúcar deveria ser proibido para menores de 21 anos.
Sua palestra "Açúcar: a verdade amarga" teve mais de 900 mil acessos no YouTube. Há duas semanas, suas teses foram tema da reportagem de capa da revista do "New York Times". Abaixo, os principais trechos da entrevista que ele concedeu à Folha, por telefone.
 
Folha - O senhor defende que as pessoas eliminem totalmente o açúcar da dieta?
Robert Lustig - Não, eu não sou um "food nazi". Eu como açúcar, mas muito pouco.
Nosso corpo tem uma capacidade muito limitada para metabolizar o açúcar e nós vivemos muito acima dela. Não precisamos de frutose para viver. Nosso corpo ficaria muito bem sem nenhuma frutose [açúcar refinado, a sacarose é composta de 50% de frutose e 50% de glicose].
Qual é o máximo de frutose que deveríamos ingerir?
Não temos certeza. Mas uma estimativa é 50 g por dia. Meus estudos mostram as similaridades entre frutose e álcool. Eles são metabolizados da mesma forma, no fígado. E nós sabemos qual é o limite de toxicidade para o álcool: 50 g. A epidemia de obesidade começou quando o consumo de frutose ultrapassou os 50 g por dia [ou 100 g de açúcar, o mesmo que duas latas e meia de refrigerante].
A Associação Cardiológica Americana publicou uma orientação, em agosto de 2009, da qual eu sou coautor, dizendo que o consumo atual de açúcar nos EUA é de 22 colheres de chá por dia. Deveríamos reduzir isso para nove colheres no caso de homens e seis no caso de mulheres.
Qualquer açúcar é ruim, não importa se é mascavo ou xarope de milho?
Todos são igualmente ruins.
Deveríamos substituí-los por adoçantes artificiais?
Adoçantes artificiais são uma questão complicada. Não fizemos todos os testes para saber o que os adoçantes fazem no organismo.
Segundo uma linha de estudos, uma vez que a língua sente o sabor doce, o cérebro se prepara para a entrada do açúcar no sangue. Se ele não entra, o cérebro fica confuso, o que pode levar a um aumento no consumo de açúcar. Há estudos ligando o consumo de adoçantes a obesidade e doença cardíaca.
Qual a alimentação que os pais devem dar a seus filhos?
Crianças devem comer comida de verdade.
Mas isso inclui suco de fruta natural...
Não, suco de fruta, mesmo natural, não é comida de verdade. Deus fez suco de fruta? Não. Deus fez fruta. Qual é a diferença entre a fruta e o suco? Fibras. A fibra é a parte boa da fruta, e o suco, a má. Sempre que há frutose na natureza, há muita fibra --há uma exceção, o mel, mas este é policiado pelas abelhas.
As fibras limitam a velocidade da absorção dos carboidratos e das gorduras do intestino para a corrente sanguínea. Quanto mais rápido a energia sai do intestino e vai para o fígado, maiores as chances de danificar o órgão.
Quando o senhor diz que crianças devem comer comida de verdade, isso inclui um sorvete no fim de semana?
Sim. Quando eu era pequeno, sobremesa era uma vez por semana. Hoje, é uma vez por refeição. Esse é o problema. Eu tenho duas filhas pequenas e é isso que faço. Se é dia de semana e elas querem sobremesa, ganham uma fruta. Uma bola de sorvete, só no fim de semana. Elas seguem as regras e não ficam sonhando com doces.
O senhor propõe que a venda de doces e refrigerantes seja proibida para menores, como cigarros e álcool.
Sim. Refrigerantes não têm valor nutritivo, não fazem nenhum bem às crianças. Se os pais quiserem que seus filhos tomem refrigerante, que comprem para eles.
Não é exagero comparar açúcar a álcool e cigarros?
Não. Cigarros e álcool causam dependência, e açúcar também. Nos refrigerantes, tanto a cafeína como o açúcar causam dependência. Sal e gordura causam hábito, mas não dependência.
Como o senhor explica os efeitos nocivos do açúcar?
Quatro alimentos foram associados à doença metabólica crônica: gorduras trans, aminoácidos de cadeia ramificada [soja], álcool e frutose.
A frutose, quando é metabolizada, libera substâncias tóxicas chamadas espécies reativas de oxigênio [radicais livres], que levam a danos nas células no longo prazo, envelhecimento e, potencialmente, câncer.
 
Folha de S.Paulo de 26/7/2011
 
 

agosto 22, 2011

Combate Pulgas e Carrapatos


1 Litro de alcóol

IMPORTANTE:30 pedras de cânfora
1 pacotinho de cravo da índia
1 copo de vinagre branco


NÃO LEVA ÁGUA!!!


Misture tudo e deixe em infusão até dissolver a cânfora.


Misture todos os ingredientes, coloque num borrifador de plantinhas.


Use nos pelos peludos(cães e gatos), na casa depois de varrer, nas


casinhas deles... até em vc pois o efeito repelente serve contra


mosquitos em humanos tbm.




Antes do banho borrife a solução e envolva com uma toalha.
As pulgas saem mortas e os carrapatos quase morrendo!
Facilita muito o nosso trabalho!!
Depois é só dar o banho, secar e colocar mais a solução pra garantir.
















agosto 19, 2011

Ensinamentos preciosos


"A natureza nos ensina o que as ciências da Terra e da vida já há muito nos estão dizendo: a lei básica do universo não é a competição, que divide e exclui, mas a cooperação, que soma e inclui."

Leonardo Boff

agosto 18, 2011

Embalagem antimicrobiana junta mandioca, argila e nanotecnologia


Além da embalagem antibacteriana, os pesquisadores criaram uma embalagem inteligente, que mostra visualmente ao consumidor a qualidade do alimento.[Imagem: Carmen Cecília Tadini]

Mandioca, argila e nanotecnologia


Cientistas da Escola Politécnica (Poli) da USP desenvolveram uma embalagem ativa, feita com fécula de mandioca, que utiliza recursos naturais renováveis e aumenta a vida de prateleira dos alimentos.


A embalagem possui em sua composição extratos de óleos essenciais com função antimicrobiana, que ajudam a conservar os produtos embalados por mais tempo.


Além disso, a adição de nanopartículas de argila tornou a embalagem mais resistente e menos permeável à entrada de água e oxigênio, evitando o desenvolvimento de micro-organismos.


Óleo essencial natural
A pesquisa, além de formular uma embalagem de fonte renovável que substitua as de plástico comum e diminua seu impacto no meio ambiente, procurou adicionar à mistura um ingrediente com função adicional.
"A ideia foi acrescentar um óleo essencial natural com atividade antimicrobiana, como os de canela, cravo, pimenta, própolis e laranja", explica a professora Carmen Cecília Tadini, da Poli, que coordenou o trabalho. "Na medida em que a embalagem esteja em contato com o produto, ela libera esse ingrediente, evitando deterioração e aumentando a vida de prateleira".


Os estudos resolveram de modo satisfatório alguns problemas tecnológicos apresentados pelas embalagens a base de fontes renováveis.


"Devido às suas propriedades mecânicas, a embalagem de fécula de mandioca era pouco resistente, por essa razão foram acrescentadas nanopartículas de argila à sua base, o que aumentou a resistência à tração", diz a professora. "A presença de nanopartículas de argila também tornou a embalagem menos permeável, criando uma barreira para a entrada de umidade e oxigênio, inibindo o desenvolvimento de bactérias e fungos".

Fluido supercrítico
Para testar uma nova metodologia, o grupo de pesquisa obteve sucesso impregnando cinamaldeído à embalagem com o uso da tecnologia de fluido supercrítico.


O cinamaldeído é o componente ativo mais expressivo do óleo extraído da canela.
A nova técnica mostrou-se vantajosa e mais eficiente quando comparada à técnica de impregnação convencional. Além de ocultar o forte cheiro residual da canela, um maior conteúdo de cinamaldeído foi incorporado por grama de embalagem, o que a deixou com maior poder antimicrobiano contra fungos e bactérias.


O grupo registrou duas patentes para a embalagem com fécula de mandioca: uma de embalagem ativa (com óleo essencial) e a embalagem inteligente (com extrato de antocianinas).


"Existe uma grande demanda de empresas interessadas", destaca a professora. "Boa parte dessas indústrias negocia a implantação do sistema de embalagens para aplicações que não são alimentares, o que abre novas possibilidades de utilização".

Embalagem inteligente
O segundo tipo de material desenvolvido no Laboratório é a embalagem inteligente, que utiliza extratos ricos em antocianinas, pigmentos naturais que dão cor arroxeada a vegetais e frutas (uva, jabuticaba, açaí, repolho-roxo).


"Conforme se altera o pH do meio, as antocianinas mudam de cor", explica Carmen. "Uma vez presentes nas embalagens, conforme acontece a deterioração do produto, há mudança de pH, alterando sua cor".


Uma escala de cores acompanha a embalagem para que o consumidor possa identificar as alterações.



Fonte: Diário da Saúde.

Um museu de arte subaquático.



O MUSA tem praticamente tudo o que qualquer outro museu tem. Tem arte, história e está aberto ao público. A grande diferença está no facto de que, aqui, não existem paredes. O Museu Subaquático de Arte está instalado dentro do Parque Marinho de Cancun, submerso.


Os primeiros passos para a construção deste ambicioso projecto foram dados em 2009, por Jaime Gonzalez Cano, Roberto Diaz e Jason DeCaires Taylor. Este último, (re)conhecido artista pelos trabalhos já realizados nas profundezas de outros mares, é, para além de director artístico do museu, responsável e criador das várias exposições apresentadas. Depois de uma infância passada entre as águas da Malásia e uma formação superior em Escultura e Cerâmica em Londres, Jason DeCaires trabalhou vários anos como instrutor de mergulho, ao mesmo tempo que investia também na fotografia subaquática.






A sua forte ligação ao mar, o fascínio pela natureza e as actividades a que se foi dedicando levaram-no, em 2006, a criar o primeiro parque subaquático de esculturas em Granada, nas Antilhas. Três anos depois, já estavam a ser projectados o MUSA e algumas exposições - entre elas “A evolução silenciosa”. Composta por 400 esculturas de formas humanas, em tamanho real, todas as figuras foram inspiradas em pessoas, sobretudo habitantes mexicanos - de todas as idades e classes sociais, de ambos os sexos. As primeiras trezentas esculturas foram colocadas em Agosto passado e as restantes cem, no mês de Novembro.






Numa espécie de linha de tempo, num profundo momento de silêncio e concentração, as esculturas de Jason DeCaires representam as mudanças e a evolução do ser humano ao longo dos séculos. E, tal como nós, elas próprias também mudarão a sua aparência. Fabricadas com materiais que não prejudicam o meio ambiente (cimento marinho, areia, pequenas rochas, varetas e coral vivo), vão permitir a multiplicação das espécies. Ou seja, com o passar do tempo, vão transformar-se em recifes artificiais, onde será possível recomeçarem a crescer outros (novos) recifes.








Este processo irá não só contribuir para a conservação da vida marinha do parque, como desviar futuros mergulhadores do local, diminuindo assim o impacto no habitat.


“A evolução silenciosa” é, sem dúvida, uma forte atracção turística. Uma exposição interactiva, onde os visitantes mergulham nas águas mexicanas e podem explorar as obras nadando à sua volta. E, dependendo do momento do dia em que o façam, a vida subaquática vai encarregar-se de apresentar as esculturas com “diferentes visões”.

Por detrás de tudo isto está o principal objectivo de Jason DeCaires: alertar a população para a protecção do meio marinho. O artista inglês incorpora nas suas esculturas o poder transformador e sobretudo regenerador da natureza. A partir deste ano, o MUSA vai contar com a participação de outros artistas, que queiram “unir” as artes e a ciência, repovoando o fundo do mar duma forma bela.










Fonte: Obvius.





agosto 12, 2011

Caixotes de feira podem ser transformados em diferentes mobílias



Existem muitas coisas que são desperdiçadas diariamente e que poderiam ser transformadas em utensílios práticos e personalizados. Um item que se encaixa perfeitamente nesse perfil são os caixotes de feira.



Normalmente eles são vistos unicamente como uma caixa usada para transportar legumes, frutas e verduras. No entanto, com uma dose de criatividade ele pode ganhar outras funções e até mesmo outra aparência.


As dicas são diversas e utilizam o caixote de todas as maneiras possíveis, pintado, envernizado, coberto por tecido ou em sua forma original. Começando pelo jeito mais simples, eles podem ser usados nos jardins para abrigar vasos ou pequenas plantas.

Nas áreas internas das casas ele pode ter ainda mais funções e ser utilizado desde o banheiro até a sala de estar. As caixas são ótimos organizadores de ambiente. Com um toque de verniz ou uma personalização elas podem servir como porta-toalhas e se forem acrescentadas divisórias elas viram escrivaninhas.
Outra boa opção, que foge à normalidade, é fixá-las na parede para que possam ser usadas como estantes para livros ou como simples objeto de decoração. A funcionalidade não para por aí. Com um número maior de caixas fixadas juntas, lado a lado, é possível ter um armário com várias prateleiras ou uma sapateira que manterá os calçados sempre organizados e arejados.


A escolha da cor e do design varia de acordo com a necessidade e com o ambiente em que os caixotes reaproveitados serão usados. As possibilidades são infinitas e o melhor de tudo é que os gastos são mínimos e o benefício ambiental, que é a redução na produção de resíduos, é bem grande. Com informações do Coletivo Verde.


Fonte: CicloVivo






agosto 11, 2011

Carro feito de banana - que maravilha!

Utilizar petróleo para fabricar plástico pode se tornar coisa do passado! Pesquisadores da Unesp – Universidade Estadual Paulista acabam de descobrir uma alternativa para a produção do material: a fibra de banana – e garantem: o produto final é perfeito para a confecção de carros.

Isso porque o bioplástico feito da fruta pode ser até 30% mais leve e quatro vezes mais forte do que o plástico comum, aumentando a resistência dos veículos e, ao mesmo tempo, diminuindo seu peso – o que reduz os gastos com combustível e, consequentemente, as emissões do carro.

E não são só as fibras de banana que podem ser utilizadas na fabricação do bioplástico: segundo os pesquisadores, o abacaxi e a casca do coco também podem ser usados no processo, que é baseado no cozimento dessas frutas, para a obtenção da nanocelulose – a matéria-prima do bioplástico.

Os pesquisadores ainda não conseguem afirmar, com precisão, os custos desse processo, mas acreditam que em até dois anos a indústria automobilística poderá se beneficiar com o produto – que, segundo eles, também é recomendado para o setor médico, na fabricação de próteses e pinos, e para os militares, na produção de coletes e capacetes a prova de balas.

E para aqueles que estão se perguntando sobre o desperdício de alimentos, os pesquisadores avisam: a fabricação do bioplástico pode ser feita com os restos das frutas, o que garante que os alimentos não deixarão de ir para a mesa do brasileiro para produzir plástico!

PEGN

Garrafa de Vidro e Bambu ideal para substituir Pets


A empresa americana Bamboo Bottle criou uma garrafa limpa, segura, elegante e sustentável, para substituir as garrafas PET. A invenção é feita de vidro, bambu e plástico reciclado, não libera substâncias químicas e pode armazenar qualquer tipo de bebida.

As garrafas PET são grandes vilões da natureza, desde o processo de fabricação, que envolve petróleo. Depois de usadas, boa parte delas não é reaproveitada, contribuindo para o aumento da poluição e prejudicando ainda mais o meio ambiente. Por isso, usar uma garrafa reutilizável é tão importante e ainda acaba sendo mais econômico.

A estrutura principal da Bamboo Bottle é o vidro. Isso garante a ela a durabilidade e capacidade de armazenar bebidas quentes ou frias. Além disso, o vidro, ao contrário do plástico, não libera nenhuma substância química que possa contaminar o líquido ou prejudicar a saúde do usuário.

O bambu é usado para envolver o vidro e assim dar dureza e resistência à garrafa e o plástico foi necessário para fazer a tampa e o fundo da garrafa. A empresa espera conseguir eliminar esse material, mas enquanto isso não é possível, são usados somente plásticos reciclados.
Toda a estrutura da garrafa está dentro dos padrões de sustentabilidade. O vidro, que é a base da bamboo boottle, é 100% natural e a maior parte de sua composição é proveniente de vidro reciclado. O bambu, que dá o toque final e é o principal diferencial desta garrafa, é uma árvore abundante na terra. A espécie usada pela empresa norte-americana é o Phyllostachys Pubescens, que tem crescimento muito rápido, chegando a alcançar 90 metros em apenas nove meses. Além disso, existe a preocupação com o processo de retirada, para que ele não cause grandes impactos na natureza.

agosto 07, 2011

MÃE TERRA – DEUSA MÃE


Terra, Divina Mãe, que gera todos os seres e cria todas as coisas, cuja influência desperta, acalenta e adormece a natureza. Mãe que fornece a nutrição da vida e a protege com um abraço sustentador. Mãe amorosa que recebe o corpo do homem quando o seu espírito se afasta, chamada com razão a Grande Mãe, fonte de poder de deuses e mortais, indispensável para tudo o que nasce ou morre. Senhora, Mãe , Deusa eu A reverencio e invoco Seu sagrado nome para abençoar a minha vida, lhe agradeço pelas dádivas e por me receber no fim da minha jornada!
Prece inglesa do século XII

A reverência da Terra como Deusa Mãe era um costume universal e ancestral, tendo sido encontrado em todas as antigas civilizações e culturas, que A invocavam por nomes específicos e cultuavam de maneiras diversas.
O historiador romano Tácito afirmou nos seus livros que as tribos européias consideravam a Mãe Terra como uma divindade toda abrangente, a que todos os seres humanos, sobrenaturais e divinos obedeciam.O conceito de uma Mãe Terra foi definido pelos gregos, cujo poeta Hesíodo chamou a Terra de Gaia ou Gea, a Deusa com amplos seios, morada segura para todos os seres, que depois de emergir do caos primordial, criou o céu, Urano, e junto com ele procriou os Titãs, as montanhas e florestas, os campos, mares, rios e todos os seres vivos.Os romanos a chamaram de Tellus ou Terra Mater, a Grande Mãe, criadora dos homens, da natureza e dos animais.
A Terra tanto dava a vida, como propiciava e acolhia a morte, por isso os povos antigos da Ásia, África e América consideravam os enterros ritos de plantio, o espírito sendo regenerado no ventre da terra e depois renascendo em um corpo de mulher.Os nativos norte-americanos acreditavam que os seres humanos e os animais emergiam das aberturas no corpo da Mãe Terra, pois era no seu ventre que eles eram gerados. A doutrina central da religião ameríndia era a reencarnação em um novo corpo do espírito criado pela Mãe Terra, que por isso deveria ser respeitada, honrada e cuidada. Pinturas rupestres da Austrália e lendas dos nativos norte-americanos representam a Mãe Terra parindo os primeiros seres ancestrais, que saiam do Seu ventre crônico pelas aberturas no solo como grutas e fendas. Na Índia os sacerdotes hindus falavam para os mortos se deixarem cobrir pela terra como se fossem crianças acolchoadas pelo manto materno, silencioso, escuro e macio.
Os filósofos romanos atribuíam à Mãe Terra o misterioso poder que despertava e sustentava a vida, tudo vindo Dela e a Ela retornando, pois ela era o começo e o fim, o nascimento e a morte. Preces romanas do século III pediam à Mãe Terra que recebesse o corpo quando a alma dele se retirasse e enquanto vivo, que o nutrisse e protegesse. Mesmo séculos mais tarde, nos túmulos cristãos da Alemanha se lia:”aqui jaz no ventre de Erda (a Mãe Terra) o corpo de....”; até o século XII os camponeses europeus continuavam invocando as bênçãos da Mãe Terra nos plantios, para que as colheitas fossem protegidas e abundantes e nas construções, para que elas durassem.
Para os povos eslavos Mayca Vlazna Zemlja ou Mati Syra Zemia (A úmida Mãe Terra) era a mais antiga e importante divindade, reverenciada até o século X - mesmo depois da cristianização - e descrita como a força doadora da vida, responsável pela fertilidade, reprodução humana e animal e pela abundância da natureza. Seu culto era muito antigo e Ela jamais foi personificada por uma figura humana, mas reverenciada como a própria terra. Seu animal sagrado era a vaca, por terem em comum a fertilidade e a abundância da nutrição.Os camponeses se dirigiam diretamente à Mãe Terra, sem precisarem da intermediação de sacerdotes ou padres e tinham por ela um profundo respeito, amor e gratidão, pedindo suas bênçãos para plantios, suas casas, crianças e animais.Era invocada como conselheira, protetora, testemunha e juíza nas disputas de terras e propriedades e era em Seu nome que eram feitos os juramentos (engolindo um pouco de terra) e abençoados os noivos (colocando um pedaço de terra sobre suas cabeças). Após a cristianização, o seu culto persistiu alguns séculos até que aos poucos, Seus atributos e qualidades foram atribuídos para a Virgem Maria e manifestados nas mulheres.
Os povos bálticos acreditavam que o mundo e a vida eram manifestações de uma força sagrada que tudo permeava e que existia em todos os seres, animados ou não, sendo a fonte do universo e da existência e que era reverenciada como a Grande Mãe sob diversos nomes como Zemyna, Laima, Gabija. Apesar da perseguição cristã, as antigas tradições pagãs que cultuavam a Mãe Divina –cósmica e telúrica - continuaram ocultas em lendas, canções (chamadas dainas) e costumes populares mantidos pelas mulheres.
Na Rússia, em lugar de usar a bíblia para juramentos, os camponeses colocavam terra sobre suas cabeças invocando a Mãe Terra como testemunha. As boas vindas para os visitantes eram acompanhadas do tradicional prato de pão com sal (produtos da terra) e continuam até hoje, porém desprovidas do seu antigo significado sagrado.
Na antiga Grécia os mitos contam como até mesmo os deuses olímpicos invocavam Gea ou Rhea, a mais antiga das divindades, para testemunhar e selar juramentos e pactos, sabendo que todos os seres vivos eram sujeitos às Suas leis.
“Lar“ e “mãe” eram noções idênticas para os povos antigos, que as uniram na imagem de uma deusa Senhora da Terra; eles acreditavam que deviam ser enterrados no solo onde nasceram e viveram e se recusavam abandonar suas terras mesmo perante as invasões inimigas ou em situações de calamidades. Se por acaso estivessem longe da terra natal e sentissem a proximidade da morte, voltavam o mais rápido possível.
Em certos lugares nos Bálcãs, o encontro post-mortem dos homens com a Mãe era visto como um casamento, a morte sendo um rito sagrado de união com a terra e por isso os mortos eram vestidos como noivos que iam ser recebidos no leito da Mãe Negra.
A imagem arquetípica do casamento com a terra teve uma estranha interpretação na Renascença, com a aparição da pornotopia, poemas vitorianos em que o autor reduzido a um inseto ou ser minúsculo, percorria minuciosamente o corpo feminino descrito como uma paisagem, com vales sinuosos, colinas atraentes, bosques, córregos e uma misteriosa e aveludada gruta avermelhada, em cujo interior era experimentado o êxtase sublime. Este tipo de manifestação artística foi interpretado posteriormente como uma carência espiritual ligada à negação da Mãe Terra no simbolismo religioso e à repressão sexual pelo puritanismo vitoriano.
A gruta é uma associação universal com o ventre da Mãe Terra, local simbólico de nascimento e regeneração; a palavra sânscrita garbha significava “santuário” e “ventre”.Os locais sagrados hindus eram as grutas, representando a yoni da Grande Mãe e nelas foram criados altares para peregrinações e oferendas, muitas delas tornando-se moradas dos eremitas e mestres espirituais. Nos templos etruscos e romanos existiam câmaras subterrâneas chamadas mundus, termo equivalente a ”terra” e “ventre”. Rhea era a Mãe Terra cretense, criadora de toda a vida, que tinha surgido da gruta uterina do Monte Dikte, onde ela deu à luz a Zeus, que depois foi aclamado como o Pai dos deuses olímpicos.
Mesmo com o advento do cristianismo o culto das grutas continuou com os rituais nelas celebrados. Por não ter sido possível extinguir a reverência às grutas, a igreja passou a usar motivos nelas inspirados para a construção das criptas e câmaras subterrâneas nas igrejas e catedrais. Inspiradas nas antigas lendas dos casamentos sagrados e na conexão com a terra, após a desaparição dos cultos pagãos, as grutas passaram a servir como alcovas de amor nos encontros dos casais e muitas delas foram nomeadas em homenagem a Afrodite como sendo a sua padroeira. As fontes curativas da Europa nasciam nos antigos locais sagrados das deusas pagãs ou nas grutas consideradas portais de acesso para o ventre da Mãe Terra, e por isso foram destinadas para a regeneração e cura, bem como para comunicação com o mundo ancestral e os seres sobrenaturais.
Os nossos ancestrais viviam em grutas e nelas foram encontrados os mais antigos achados arqueológicos e antropológicos datados de 700.000 anos, assim como indícios do uso mágico do fogo para proteção, como comprovam as pesquisas feitas na gruta de Petralona no Norte da Grécia. A partir de 40.000 a.C. existiram altares dedicados à Mãe Ursa, a mais antiga representação da Senhora dos Animais e inúmeras pinturas de animais nas paredes, que depois foram substituídos pelos desenhos mais rebuscados de cenas de caça, luta e danças rituais, mulheres grávidas ou parindo. As inscrições rupestres comprovam a sacralidade das grutas do período paleolítico e neolítico e, mesmo antes das figuras de mulheres apareceram nos desenhos, a sua presença era indicada por animais prenhes, mãos, barcos, inúmeras reproduções de seios aproveitando as formações das rochas, triângulos púbicos e ferraduras invertidas (símbolos universais da vulva), pintados com ocre vermelho. Foram encontradas figuras femininas grávidas esculpidas na entrada das grutas ou estatuetas sem rosto, mas com traços bem elaborados como as famosas Vênus das grutas de Willendorf, Laussel e d’Aurignac, com seios, vulvas, ventres proeminentes e símbolos lunares, revelando a sua conexão com fertilidade, vida e abundância. Em muitas grutas foram encontradas além das figuras femininas ossadas humanas pintadas de vermelho e em posição fetal, demonstrando a função complementar das grutas como locais de nascimento e morte, os moribundos sendo levados para o mesmo lugar onde tinham nascido.Outras grutas eram usadas para rituais de celebração e ritos de passagem, conforme se deduz dos achados e inscrições encontradas nas grutas de Peche Merle e Madeleine na França.
O mais antigo culto europeu era do urso, comprovado pelos crânios arrumados de forma cerimonial e cercados por círculos de pedras nas grutas da Suíça, onde se originou o culto de Dea Artio, a “Mãe Ursa”, senhora da caça e da proteção das florestas, equivalente ancestral de Ártemis e Diana como Potnia Theron, a “Mãe dos Animais”, associada aos nascimentos e à proteção dos recém-nascidos. Nos países eslavos as anciãs colocavam os recém nascidos sobre peles de urso e pediam a proteção das deusas correspondentes: Devana, Dziewona e Diwica. Talvez este culto se devesse à semelhança do esqueleto do urso com o humano e ao seu andar em duas patas, atribuindo-lhe o papel de mediador entre o mundo humano, animal e espiritual, sendo que, em algumas culturas antigas, o urso era o guardião ou totem do clã, dando assim origem ao culto da “Mãe Ursa”. Estatuetas de ursos em barro e imagens gravadas nas paredes foram achadas nas grutas de Creta, em uma delas sendo erguida uma capela cristã para Maria na sua representação de Panatya Arkoudiotissa, a ”Mãe Ursa”.
Reproduções de grutas foram encontradas nas “câmaras de incubação de sonhos” dos antigos templos de Mesopotâmia, China, Egito e Europa, a mais famosa sendo a de Creta, o Hypogeum, datado de 5000 a.C. e tendo uma câmara circular com um estrado de pedra em que se deitava a sacerdotisa oracular, conforme comprovam as estatuetas “da Senhora adormecida”.Dormir no ventre da Mãe Terra era um método ancestral de cura, com recebimento de mensagens sobrenaturais ou de sonhos (interpretados depois pelos sacerdotes) ou um rito de passagem, em que os doentes permaneciam deitados à espera da cura, da vida ou da morte. Estes antigos rituais foram comprovados nos templos das ilhas de Malta e Gozo, onde os peregrinos passavam por experiências profundas ao se conectar com a Mãe Terra, os espíritos sobrenaturais e os ancestrais.
As grutas continuam sendo lugares poderosos para nos conectarmos com a Mãe Terra, mergulhar nas memórias subconscientes e nos deslocar para os mundos sutis, em busca de mensagens, sonhos reveladores, cura e regeneração. Reverenciar o princípio sagrado da Terra nos auxilia na conexão com a beleza e a magia da natureza e com todos os seres da criação, nossos irmãos. Reconhecer a Natureza como a nossa Mãe, nos permite expandir o respeito e os cuidados com o meio-ambiente, a busca do nosso alinhamento energético e espiritual e uma maior e permanente parceria em lugar da atual competição, poluição e profanação do corpo sagrado da nossa Mãe Terra, primordial e eterna.



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